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"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." Chico Xavier.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Convite à Hipocrisia

Bom Pessoal:
Estava agora a pouco assistindo o CQC e vi a polêmica repercussão em torno das afirmações do Deputado Jair Bolsonaro, o que impulsinou-me a expressar minha opinião a respeito.
Pra quem não sabe o "nobre" deputado está no seu sétimo mandato. Aí eu pergunto quem elegeu esse cara, para que o mesmo deboche da cara da gente sem o menor pudor? Lembrando da afirmação dele em ser um puritano que não gosta de promiscuidade. rs.
No quadro do CQC, Preta Gil havia perguntado o que Jair faria se seu filho namorasse uma garota negra. Ele responde: 
Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco porque os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu. 
Dou meus parabéns ao deputado não pela declaração em si, mas pela discussão que girou em torno de sua opinião. Lembro-me aqui de uns enscritos do também "nazista" Arnaldo Jabor que, com razão, afirmava ser o brasileiro um povo bobalhão, que acha graça em tudo, como se estivesse contando piada no enterro do próprio pai.
Vejo o julgamento que fazem do parlamentar por todo o país, o execrando por emitir sua opinião sensacionalista. O que me indigno é que boa parte dos que o crucificam pensam como ele. São poucos, em percentual, os brasileiros que aceitam a homossexualidade de seus filhos por exemplo. Vejo no lunático a opinião de milhares e milhares que o elegeram como representante, que num momento de surto, tem inúmeros lapsos na fala que expressam suas verdadeiras convicções, o que choca nossa sociedade ora moderna, ora puritana. Vejo que estamos muito preocupados com a opinião de pessoas públicas, muito mais que as nossas opiniões, muitas vezes veladas ou escondidas atrás do anonimato, por medo de afastar-se da mediocridade.
Observo que sempre estamos esperando por mudanças, porém com muito medo delas. Medo de arriscar, de pagar o preço, de sair da zona de conforto. Quantos de nós, até mesmo esquerdistas, não temeram quando Lula foi eleito? Ou melhor a palavra certa nesse caso não seria temor e sim tensão. Todos nós temos medo do novo e por isso nos furtamos quase sempre. Raramente temos coragem de dizer o que realmente pensamos sobre o nosso cotidiano. Estamos muito mais preocupados em reproduzir discursos de alguém, porque esses falaram e em algum momento tiveram virtude, nisso nos escondemos, para sermos aceitos. Trabalhamos em prol de sempre agradar, mesmo que isso seja prejudicial ao outro; é apenas o que ele quer ouvir, para ter o ego confortável.
De fato não sei o que é pior entre reproduzir o discurso de alguém, sem nenhuma originalidade, ou se furtar e não dizer nada a respeito. A mediocridade dá ânsia de vômito. Coitado de Jesus: o povo que o seguia gritava: Senhor, Senhor; foi so ele está no desconforto e o discurso mudou: Crucifique-o, crucifique-o.
Pelo amor de Deus, vamos sair do lugar de vítimas da História, por favor.

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