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"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." Chico Xavier.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Luz, câmera, ação!



Bom pessoal;
Sei que minha área não tem muito haver com jornalismo, entretanto trabalhamos com  a subjetividade e toda e qualquer informação mexe com a subjetividade alheia. Pois bem - O que desejo refletir aqui hoje é a respeito da profissão de jornalista. Que tipo de profissionais estamos formando? Porque o STF decidiu que para atuar como profissional não é necessário a formação? São algumas perguntas que me tomam quase sempre que assisto os jornais locais. Quase sempre o abuso desses profissionais acabam denegrindo a imagem alheia, muitas vezes sem a permissão das partes e sobretudo têm uma contribuição absurda na elevação dos índices de violência. Que a sociedade sofreu muitas mudanças é fato, e não quero polemizar ao avaliá-las enquanto benéficas ou não, porque é uma construção nossa, mesmo que de forma inconsciente, quero abordar sim o combate desregrado à lei, moral e sobretudo à ética. Que os meios de comunicação refletem o desejo de seus donos é fato, agora o que me deixa boquiaberto é a busca desenfreada por audiência explorando a miséria alheia, banalizando o crime e as mazelas sociais, retirando do indivíduo a responsabilidade para gerar mudanças sociais e responsabilizando-o quando destoa do comum - não dá para entender o parâmetro da marginalidade; o que é certo ou errado depende de um momento, não fazendo apologia ao crime aqui, e da opinião, muitas vezes insensata de um apresentador.
Engraçado; às vezes a busca para aparecer na mídia é tanta que até alguns agentes do estado sentem-se verdadeiros atores de hollywood ou o Capitão Nascimento do Tropa de Elite, em que há todo um aparato tecnológico, um carro fazendo o acompanhamento da operação no solo, por vezes ao vivo, outras no “luz, câmera, ação...” helicóptero no ar gravando imagens aéreas, quando de repente um repórter desce do carro veste um colete, o câmera não (porque não aparece), diversas viaturas à frente, de repente o mesmo fala, comando, comando... vamos gravar (ou de repente ao vivo), o pelotão se forma à frente, conta 1, 2, 3, GRAVANDO, e de repente, gratuitamente começa a correria, o repórter começa a correr junto vira para a câmera de diz é tiro, é tiro, exclusividade a equipe sendo recebida à tiros..., um garoto ao lado solta uma traque desses juninos e de repente a polícia sai do foco, para para descansar um pouco, comercial... e assim todos os dias a vida continua... com muitos profissionais da segurança sérios e outros Wagner Moura, contribuindo ainda mais para o antagonismo entre a marginalidade que ganha troféus para o abate de policiais e para a disseminação dos ARs (Auto de Resistência).
É preciso que hoje cada um de nós se posicione frente a essa situação porque a banalização da violência não dá mais para aturar, sob pena de retrocesso na compreensão do outro e na busca pelos Direitos Humanos. Reitero o fato de que não defendo o crime nem seus agentes, porém profissionais da comunicação: cuidado com a sociedade que vocês estão criando sob o argumento de ser do gueto (ghetto).

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