Vivo preocupado com as novas patologias que estamos criando pra justificar alguns de nossos comportamentos. Temos observado nos telejornais uma série de acontecimentos, fora do comum, em que a própria mídia não consegue dar conta de uma explicação e culpabiliza não o indivíduo por seu ato e sim sua história de vida, como se alguém tivesse acesso a ele senão o próprio agente, encontrando respaldo na sociedade consumista criada por ela.
Tudo isso são os novos sintomas da pós-modernidade, frutos da sociedade que estamos criando. Não sei se é uma evolução; saímos da depressão, o foco da década de 90, entramos no stress, no pânico, no TOC, e agora fresquinho no Bullying, em pensar que na época de Freud era a histeria. Realmente não sei aonde vamos parar.
Semana passada estava circulando no Facebook uma corrente:
“Eu fui criança e não tive Blackberry, Iphone, Wii, Playstation3 e muito menos Xbox. Brincava de queimada, soltava pipa, taco, só ia para casa quando escurecia. Minha mãe não ligava no celular, só gritava: "Pra dentro!" Brincava com amigos, descalço, na areia, no barro e não usava sabonete antibacteriano. Na escola me apelidavam de tudo, eu descontava e apelidava também, e ninguém sofria de "bulling". Que infância boa!”
Quando eu era criança jogava bola e vídeo-game, porém meus pais me advertiam até onde devia ir, me ensinaram os limites e eu os respeitava, mais meus pais que os limites até, mas hoje eu pergunto cadê o pai e mãe na educação? É mais fácil colocar a culpa da educação no estado do que se responsabilizar por ela; afinal todos nós somos responsáveis por este mundo cada vez mais frio que estamos experimentando.